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sábado, 9 de abril de 2011

Minha Princesa

        

     Sabe, depois de tudo o que aconteceu, nada é mais como antes. A gente vai levando a vida como pode, mas a dor já se tornou algo constante, a qual eu infelizmente tento acostumar-me. Quase sempre pego-me relembrando as risadas da minha doce princesa, o modo como ela arrumava-se e penteava-se, sempre fora muito vaidosa.
Vou confessar que não tive condições de dar-lhe coisas luxuosas, mas sempre me esforcei muito para dar-lhe o que pracisava, nunca deixei faltar-lhe nada. Insistia bastante para que Larissa sempre frequentasse a escola, e graças à Deus ela gostava muito de estudar. Investia o que eu podia para incentivar-lhe na educação, para que ela pudesse ir muito mais além do que um dia eu fui.
Larissa pra  mim era uma flor a qual Deus presenteou-me, para que eu a cuidasse e a amasse muito. O brilho cujo ela resplandecia iluminava esta casa, o seu sorriso, a sua alegria sempre contagiava-nos. A minha flor fazia juízo  ao nome que carregava, nome que escolhemos com muito amor, seu significado era: Cheia de alegria.
Até que um dia esse brilho partiu e foi para o lado de Deus, foi brilhar lá no céu, e deixou para nós apenas algumas lembranças, doces lembranças. Minha filhinha que você descanse em paz, que antes mesmo de você ter partido espero e sei que perdoou o homem a qual lhe tirou a vida, dentro da sua escola, em sua sala de aula, sendo você inocente e sem culpa da nada!

19ª edição roteiro - BLQ's





Fiz esse texto em homenagem à uma das crianças, vítimas do massacre de uma escola em Realengo. 
"Larissa dos Santos Atanázio, 13 anos, foi uma das vítimas fatais do massacre, feito pelo assassino Welligton Menezes de Oliveira em 07/04/2011 na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. Welligton Menezes de Oliveira matou 12 crianças e deixou mais de 20 feridos."(fonte: http://www.gabrielasoudapaz.org/memorial/399-Larissa-dos-Santos-Atanazio.htm ).



Um comentário:

  1. Olha, tenho que confessar que achei demais sua ideia. Destacou um dos maiores casos dos dias de hoje, que foi essa tragédia - esse massacre, aliás - de Realengo. De conselho, deixo só que seria bom o usar o "se" e o "me" antes do verbo de vez em quando, usando várias vezes depois do verbo, como "acostumar-me", "pego-me" ou "penteava-se" torna a coisa muito repetitiva - é linda essa maneira de escrever, mas é bom alternar um pouco entre as duas. Foi muito interessante você se colocar no lugar de mãe da menina, mesclou o real com o imaginário. Tenho certeza, que assim como eu, se os familiares da pequena Larissa pudessem ver essa homenagem, também te elogiariam. Parabéns, e obrigada pela participação!

    Avaliação Roteiro - Projeto Bloínquês.

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